Embora o otimismo do empresário da construção civil em Minas Gerais esteja diminuindo e o nível de atividade do setor tenha iniciado 2013 negativo, a indústria da construção civil mineira deverá registrar crescimento superior aos 3,5% estimados para o setor no Brasil neste ano. Tanto para o Estado quanto para o país, as estimativas são de acomodação das atividades da construção, que nos últimos anos vinha experimentando um ciclo de desenvolvimento.
Apesar de não estimar um percentual específico de aumento do desempenho do setor no Estado para 2013, o presidente da Câmara da Indústria da Construção Civil da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos, ressalta que, historicamente, a construção mineira tem apresentado índices superiores aos da indústria nacional.
Para se ter uma ideia, levantamento realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil acumulado no período de 2003 a 2012 cresceu 44,77% no Brasil, enquanto em Minas Gerais chegou a 54,41%. Somente no ano passado, a alta do setor no país foi estimada em 1,4% e no Estado em 4,4%.
“O setor vai continuar crescendo. O patamar caiu bastante, justamente em função do boom vivido anteriormente, mas ainda temos fôlego para incrementar os negócios. Algumas situações deverão colaborar para isso, como as obras de infraestrutura já em andamento, a demanda existente no mercado e a oferta de crédito. Esses fatores sinalizam uma perspectiva satisfatória para o decorrer deste exercício”, explica.
Ainda assim, a Sondagem da Construção de Minas Gerais, divulgada ontem, revelou que o nível de atividade do setor ficou abaixo da linha de 50 pontos no primeiro mês deste ano, chegando a 42 pontos. Este foi o terceiro mês consecutivo que o índice ficou negativo. Para Camargos, o resultado representa muito mais uma acomodação do setor do que um cenário de retração.
“De certa forma o setor trabalhou em nível muito elevado em 2010 e não há estrutura, condição nem mercado de tamanho suficiente para manter aquele tipo de movimento. Agora caminhamos para patamares mais sustentáveis, que devem ser mantidos por um longo período”, diz.
A queda no índice influenciou ainda a retração no número de empregados, que registrou 41,7 pontos. A utilização da capacidade operacional também mostrou redução no mês, passando de 69% em dezembro de 2012 para 61% em janeiro.
Perspectivas – Já as perspectivas medidas em fevereiro em relação ao comportamento da empresa nos próximos seis meses foram otimistas para todos os itens pesquisados. As expectativas perante o nível de atividade (58,3 pontos) e os novos empreendimentos (57,7 pontos) ficaram acima dos 50 pontos, influenciando positivamente as compras de matéria-prima e as contratações, que registraram 59,2 e 58,1 pontos, respectivamente.
O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon) confirma o otimismo, mas indica alguma retração no nível, já que o índice chegou a 54,8 pontos em fevereiro, contra os 58,6 registrados em janeiro e os 61,6 alcançados no mesmo mês do ano passado.
“Os empresários sabem que seu negócio depende da macroeconomia. E o clima internacional, desde o ano passado, tem deixado o empresário preocupado, assim como também tem afetado o consumidor”, justifica o presidente da Câmara da Indústria da Construção Civil.
Segundo o levantamento, as condições atuais do negócio indicaram empresários insatisfeitos (48,9 pontos), apesar da pequena melhora na comparação com o dado de janeiro (48,5 pontos). As percepções em relação às condições de negócio no país (41,2 pontos) e em Minas (42,2 pontos) mostraram descontentamento dos empresários da construção. Em relação às condições de negócio da própria empresa, eles ficaram satisfeitos (52,5 pontos).
Fonte: CBIC