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Os financiamentos imobiliários somaram R$ 109,2 bilhões e bateram recorde em 2013 no Brasil

Parcelar a compra de um imóvel tem sido a opção de cada vez mais pessoas. Os financiamentos imobiliários no Brasil bateram recorde em 2013 e somaram R$ 109,2 bilhões, crescimento de 32% em relação a 2012. A expectativa é de crescimento robusto também em 2014, de cerca de 15%, divulgou a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

O avanço expressivo, segundo especialistas, é um reflexo do mercado de trabalho aquecido. Com mais gente empregada e aumento de renda da população, mais pessoas buscam realizar o sonho da casa própria. Outro fator que pode ter impulsionado o crédito imobiliário foi a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) que no ano passado elevou o teto de financiamento imobiliário com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de R$ 500 mil para R$ 650 mil ou R$ 750 mil – dependendo da região.

– Para fazer a melhor escolha, é preciso entender algumas questões que irão influenciar diretamente na composição do valor das parcelas, como taxa de juro e o sistema de amortização, que é como o cliente paga a quantia que de fato pegou emprestado com o banco – explica Samy Dana, professor de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV) e autor do livro 10x sem Juros, Saiba Como Se Proteger das Armadilhas do Crediário.

Na prática, as taxas de juro cobradas pelas principais instituições financeiras variam de 9% a 12% ao ano. Mas há opções mais baratas, em torno de 4,5%, que correspondem a programas habitacionais subsidiados pelo governo, como o Minha Casa Minha Vida.

O valor que o cliente pega emprestado no banco e o juro que paga por ele não são os únicos custos. O Banco Central obriga todas as instituições financeiras a informar o Custo Efetivo Total (CET), que corresponde a todos os encargos e as despesas incidentes nas operações de crédito.

– Sobre o financiamento, incide uma série de custos adicionais, como taxas administrativas e seguros, que podem dar um peso extra no bolso. Somente com esses custos em mãos é possível fazer uma comparação consciente. Muitas vezes, o banco que tem a menor taxa pode ter uma prestação mais cara por conta dos custos inclusos, como seguros, avaliação do imóvel e serviços administrativos – diz Miguel Oliveira, diretor executivo de Estudos Financeiros da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Especialistas recomendam não comprometer mais de 25% da renda mensal com a prestação do imóvel. Mas se um dinheiro extra aparecer, abater parte do financiamento e diminuir o tamanho ou o número de parcelas é uma boa alternativa.

– Os juros que os bancos cobram pelo financiamento, em geral, são maiores do que aqueles que as instituições financeiras remuneram na poupança ou em títulos – afirma Samy Dana, da FGV.

Como deixar o financiamento do imóvel mais leve ou curto

1) Quem optou por um financiamento residencial longo , de 15, 25 ou 35 anos, não precisa esperar todo esse tempo para quitar a dívida.

2) Quando entra recurso extra , é possível fazer o que se chama de amortização – adiantar o pagamento ao banco, reduzindo o saldo devedor do imóvel, acelerando a quitação da casa própria e, portanto, pagando menos juro. Nesse caso, como o dono do imóvel paga o banco antes do previsto, a instituição não cobra juros sobre a quantia antecipada.

3) Quem não sente que o tamanho as parcelas está pesando demais no bolso pode dar um valor extra e optar por manter o valor da parcela e reduzir o prazo é a melhor opção. Neste caso, é possível quitar o imóvel mais rapidamente.

4) Para quem financia com a construtora é mais vantajoso manter o valor da parcela e reduzir o prazo. Como o juro é corrigido pelo Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), quanto maior o prazo, maior o risco de a taxa subir muito com o aumento de preços refletido no índice.

5) Para quem fez um financiamento com índice pós-fixado , normalmente a Taxa Referencial (TR), que varia de acordo com a flutuação da taxa básica de juro, a sugestão também é reduzir o número de parcelas. Com o aumento da Selic, a dívida fica mais alta. Diminuir o prazo elimina incertezas futuras.

6) Para quem precisa dar uma trégua no orçamento , manter o prazo e reduzir o valor da parcela é interessante. O vínculo com a dívida continuará sendo longo, apesar do alívio momentâneo.

Fonte: CBIC