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Mulheres respondem por 44% dos financiamentos de imóveis

O último sábado, 8, foi dedicado às mulheres, mas quem deve estar comemorando – toda essa independência – é o mercado imobiliário. É que, quando o assunto é o investimento em imóveis, a participação delas no segmento, dizem os especialistas, não para de crescer. Segundo dados da Caixa Econômica Federal, do total de contratos de financiamento habitacional firmados na Bahia em 2013, quase a metade (44%) foi assinada por mulheres. Em todo o país, o número foi de 39%.

Com um detalhe: esses foram termos em que elas se apresentaram como primeiro titular da negociação.

Não é à toa, portanto, que construtoras e incorporadoras mantêm firme o olhar sobre o público feminino: solteira, casada, mãe de família ou executiva em multinacional.

De acordo com a CEO do Grupo Lena Brasil, Clarissa Modafferi, entre os empreendimentos da Liz Construções, “a depender do tipo de imóvel”, 40% das unidades são adquiridas por mulheres. Segundo ela, “este número, porém vem subindo gradativamente”.

“É cada vez mais comum imobiliárias e construtoras atenderem mães de família interessadas em adquirir um imóvel. A força de trabalho das mulheres representa hoje 50% da população economicamente ativa, e, em muitos casos, elas têm a maior renda da casa”.

Mais minuciosa

Ainda de acordo com Clarissa, de um modo geral, são as mulheres que conhecem de maneira mais minuciosa as necessidades da família e, por isso mesmo, “passaram a ocupar posição relevante na hora de decidir pela compra”.

“Ousaria até a dizer que, na maioria das vezes, a palavra final na compra de um imóvel é da mulher”, afirma a CEO. Ainda segundo ela, projeto arquitetônico, itens de lazer, boa localização e diversas opções de planta são o que mais “despertam a atenção feminina”.

“O projeto arquitetônico é o primeiro click. As mulheres são mais atentas aos detalhes e se o projeto é harmonioso. A decoração e o atendimento são importantes para elas, assim como os itens de lazer, para que os filhos possam se divertir com segurança e tranquilidade”.

Para o diretor de expansão de mercados da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), Marcos Vieira Lima, no entanto, nem tudo é família e, mais do que nunca, o que elas querem é “independência”.

“Hoje são dos (apartamentos) compactos que elas gostam mais. Imóveis menores, fáceis de limpar. Querem, no final de semana, bater a porta e ir para a Praia do Forte, Itacimirim. Foi-se o tempo em que ficavam em casa esperando a família para o almoço de domingo”.

Sócia-diretora da NNova Soluções Imobiliárias – com uma carteira de clientes composta por até 60% de mulheres -, a corretora e empresária Neuza Marques explica que costuma ser procurada por elas “para que cuide dos seus investimentos”.

“Imóveis, para elas, é um investimento seguro, vantajoso, que lhes garante uma renda mensal, sem falar na valorização anual, em torno de 10%”.

Especializada em venda, aluguel e administração de imóveis, Neuza conta que a procura por parte das mulheres vem crescendo nas três áreas.

“Estão cada vez mais independentes. E parece que uma (mulher) estimula a outra. Várias das minhas clientes são indicações de outra amiga”, diz.

Ainda segundo ela, a busca por apartamentos menores se dá ainda pelo fato de os custos serem menores. Salas comerciais também têm boa saída.

“Costa Azul, Pituba, Itaigara e Imbuí são os endereços mais procurados. Elas sabem por exemplo que, com uma taxa de condomínio mais em conta, dá para puxar mais no preço do aluguel e, quando a unidade estiver vazia, o custo também será menor”, afirma.

Casada, há 23 anos vivendo em uma casa (em um bairro da orla de Salvador), a dentista Jacqueline Erdens, 52, conta que “sempre teve vontade de investir em imóveis, mas faltava encontrar uma construtora segura, na qual pudesse confiar”.

Foi quando ela descobriu, em 2006, o projeto de um home class, no Mundo Plaza – empreendimento da Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR), com duas torres (comercial e residencial), localizado na avenida Tancredo Neves.

O negócio parece ter dado tão certo que, logo depois, ela apostou novamente em outro OR, dessa vez uma sala no Hangar Business Park, na Av. Paralela.

Jacqueline conta que o primeiro (imóvel de único vão, com 56 m²) nunca ficou sem alugar e hoje lhe garante R$ 2,6 mil mensais (condomínio incluso).

O escritório, recém-entregue, ela ainda não decidiu se transfere para lá o consultório ou se põe para alugar (por R$ 2,2 mil, em sua estimativa). “Sempre acreditei neste tipo de investimento. Pensei primeiro na incorporadora, senti-me segura e só então realizei”.

Mulheres prestam atenção nos detalhes

Conforto: Uma das primeiras coisas que as mulheres olham quando vão comprar um imóvel são os quartos. Assim como querem saber das opções de lazer para os filhos. A ideia é garantir o conforto para toda a família

Segurança: Outra preocupação é com a segurança, não só dentro do condomínio, como no entorno. É comum que queiram ir ao imóvel várias vezes ao dia antes de fechar negócio

Cozinha não: Ao contrário do que muitos pensam, a cozinha e a área de serviço não são itens prioritários na escolha do imóvel para a maioria das mulheres

Estilo e decoração: Elas também ficam atentas para o projeto arquitetônico — se é harmonioso. Bem como a decoração e o atendimento também são importantes para elas

Quarto e sala: Hoje são dos (apartamentos) compactos que elas gostam mais. Imóveis menores, fáceis de limpar, como de um quarto ou dois

Bom negócio: Imóveis, para elas, é investimento seguro e vantajoso

Fonte: CBIC