Pular para o conteúdo

Mercado ensaia retomada e lança até 70% mais imóveis

Até 7,5 mil apartamentos devem ser colocados à venda em Curitiba neste ano. Apesar do aumento, setor continuará longe do recorde de 2011. Depois da queda registrada no ano passado, o setor imobiliário ensaia uma retomada no número de lançamentos em 2014. A previsão da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR) é de que sejam colocadas no mercado entre 7,2 mil e 7,5 mil unidades verticais em Curitiba em 2014. Se confirmado, representará um acréscimo de até 70% sobre o volume de 2013 (4,4 mil).

Para as empresas do setor, o ano passado foi de ajuste, em meio a superoferta de imóveis, recorde de entregas e preços mais elevados. Não adiantava jogar mais imóveis no mercado no ano passado. Ainda não há muita novidade, mas 2014 deve ser um ano melhor , diz William Ribeiro, gerente regional da Plaenge.

A empresa optou não fazer nenhum lançamento em 2013 em Curitiba, mas para este ano já tem engatilhados três empreendimentos dois no Ecoville e um no Cabral. Os imóveis, com 130 a 240 metros quadrados de área privativa, vão custar entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões.

O ano passado foi mais para dar vazão aos estoques e finalizar as obras. Mas neste ano devemos colocar no mercado dois empreendimentos no primeiro semestre e mais dois no segundo diz Mayra Doria Mattana, diretora da Doria Construções Civis. Juntos, os quatro empreendimentos, com valores de R$ 100 mil a R$ 750 mil, deverão representar um Valor Geral de Venda (VGV) de R$ 160 milhões.

A velocidade de venda, que havia caído para 8% em meados do ano passado, já voltou para a média de 10%, segundo Mayra.

Preços altos

Apesar do crescimento em relação a 2013, o volume de unidades lançadas não deve repetir o recorde de 2011, de 11 mil unidades. O mercado de Curitiba ainda tem um estoque de cerca de 8,5 mil unidades novas. A demanda anual está em 14 mil unidades, de acordo com a Ademi. O mercado está caminhando para o equilíbrio , diz Gustavo Selig, presidente da entidade.

Boa parte do recuo da procura por imóveis no ano passado se deveu à alta dos preços nos últimos anos. Apesar da oferta de crédito, a renda não acompanhou o aumento dos preços, o que dificultou o acesso aos financiamentos , diz Ribeiro, da Plaenge. E, para aprovar os recursos, os bancos exigiam salários maiores. Em cinco anos, um apartamento de 100 metros quadrados que custava R$ 300 mil passou para R$ 600 mil.

Na Thá, 30% das unidades lançadas no ano passado foram vendidas até agora. O porcentual está um pouco abaixo da média de 40% , mas há sinais de melhora, de acordo com Diego Filardi, diretor comercial e de marketing da empresa. Em 2014, a Thá deve colocar no mercado curitibano cinco empreendimentos de médio e alto padrão em bairros como Água Verde, Mercês e Batel.

O ano também será de retomada para a Paysage no mercado de Curitiba. Voltada para empreendimentos horizontais, a empresa não fez lançamentos em 2013 na cidade. Travou tudo. Apresentamos novidades no interior e em outros estados, mas aqui o mercado estava difícil. Também o ritmo de aprovação de alvarás foi menor diz Adriane Bugai, gerente de marketing. Para este ano, a empresa tem entre cinco e sete projetos para Curitiba.

Ademi vê alta de até 12% nos preços

O comportamento futuro dos preços dos imóveis, cuja alta afugentou muitos compradores nos últimos meses, não é consenso entre as empresas do setor.

A Ademi acredita que a valorização real, já descontada a inflação, deve ficar entre 10% e 12% neste ano. Algumas construtoras, no entanto, acreditam que o preço será corrigido apenas pelo índice de inflação.

Os indicadores que acompanham os preços o da FipeZap e o da Ademi divergem em metodologia e no tamanho da alta. Segundo o FipeZap, em Curitiba os preços dos imóveis anunciados subiram 36,6% nos últimos 12 meses, mas em janeiro ficaram estáveis, com variação de 0,3%.

A Ademi apontou um aumento de 9,5% nos preços em 2013 em relação ao ano anterior. Os números de janeiro só estarão disponíveis no fim deste mês. Desde 2009, porém, o valor médio do metro quadrado privativo aumentou 71% na capital, segundo levantamento da entidade.

Fonte: Gazeta do Povo