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Inflação de materiais de construção é a maior desde 2008

Depois de duas quedas seguidas, os preços dos materiais de construção na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) voltaram a avançar em outubro. Calculado por meio no índice INCC/SINAPI, do IBGE, a inflação dos materiais de construção no Estado de São Paulo acelerou 0,23% no mês passado. O índice havia registrado em setembro um recuo de 0,25%. Na comparação interanual, porém, verifica-se uma inflação menor que a apontada em outubro de 2014. Naquele mês a variação foi positiva em 0,41%.

O economista Jaime Vasconcellos afirma que, ao se considerar o acumulado de 2015, destes primeiros dez meses do ano, o índice que mede a variação de preços do setor da Construção Civil em São Paulo está em 5,03%. “A evolução dos preços no ano passado chegou aos 4,78%. Em verdade, no acumulado de janeiro a outubro, se alcançou em 2015 o maior crescimento dos preços de materiais de construção desde 2008”. Neste extrato temporal, o cenário de crescimento iniciou-se a partir de 2012.

Ao avaliar os subitens do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)/IBGE de outubro, medidor oficial da inflação brasileira, verifica-se que, tanto em âmbito estadual quanto nacional, o revestimento de piso e parede continua sendo o produto com o maior nível de aumento de preços da construção civil. O revestimento foi o “vilão” em termos percentuais também no histórico da evolução de preços acumulados nos dez primeiros meses de 2015.

Para Vasconcellos, dois cenários são visíveis com os dados acima apresentados. Há uma consolidação do avanço mais acelerado nos preços dos materiais de construção em 2015, em relação ao ano passado e anos anteriores. Como o departamento de economia do Sincomavi já vem alertando desde abril, esta realidade está em consonância com os principais indicadores de preços do país. O INPC, do IBGE, já transpôs os 9% em 2015 e o IPCA os 8,5%. Ambos os índices findarão 2015 também acima dos dois dígitos.

Se este primeiro cenário é apenas uma constatação da realidade econômica brasileira em 2015, o segundo é o que ocorre na margem dos índices. “Ao mesmo tempo que o consumo mais arrefecido inibe uma inflação de demanda, fazendo com que os preços de materiais de construção fiquem abaixo dos principais índices inflacionários brasileiros, o aumento de custos, principalmente com dólar no atual patamar, puxa para cima os mesmos preços”, comenta. “Tal fenômeno auxilia a taxa acumulada dos preços de materiais de construção a avançar em ritmo mais elevado em 2015, em relação aos anos anteriores”.

Fonte: Investimento e Notícias