O setor de construção civil entregou uma lista de pedidos de ajuda ao governo para se reerguer. Nesta segunda-feira (6 de fevereiro), representantes da indústria estiveram reunidos com vários integrantes do executivo no Palácio do Planalto, dentre eles o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
O principal pleito é o direito de manter uma parte do valor do imóvel com as incorporadoras no caso do cancelamento da venda, o chamado distrato. As construtoras pedem para reter algo em torno de 10% a 15% do preço total do imóvel, e não apenas uma multa de rescisão, de acordo com uma fonte que participa das conversas. Não foi batido o martelo.
O governo tem o interesse de incentivar o setor de construção civil, que costuma ser um grande gerador de empregos. Mas teme o desgaste de uma medida impopular.
Os representantes do setor, por sua vez, alegam que o número de distratos vem aumentando, causando prejuízos às incorporadoras. Os custos de construção dos empreendimentos precisam ser honrados e também o pagamento dos materiais já encomendados, como elevadores e outros itens. Com o aumento dos distratos, as questões vão parar na Justiça, o que não é bom para nenhuma das partes, alegam.
Segundo a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), em 2016, até o mês de novembro, foram feitos 40.888 cancelamentos de vendas de imóveis no país. O diretor da instituição, Luiz Fernando Moura, não participou dos encontros em Brasília, mas afirmou que as conversas com o governo continuam.
SAQUE NO FGTS
Setores da indústria de construção também pleiteiam que o governo imponha 1 limite nos saques das contas inativas do FGTS, que serão feitos a partir de março. Dinheiro do fundo é usado no financiamento de imóveis.
A preocupação dos empresários é que faltem recursos para financiar as vendas nos próximos anos. Fonte próxima às negociações disse, no entanto, não acreditar que essa medida seja levada adiante.
UM AFAGO DO GOVERNO
O setor não saiu de mãos vazias. O presidente Michel Temer anunciou ontem a ampliação do Minha Casa, Minha Vida. A partir de agora o programa atenderá a famílias com renda mensal de até R$ 9.000,00. O teto anterior era de rendimentos de até R$ 6.500,00. Também foi elevado o valor máximo dos imóveis, que passou de R$ 225 mil para R$ 240 mil nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Fonte: Poder360