Segundo dados do Ministério do Planejamento, o valor total das obras finalizadas pelo programa superaram os R$ 388 bilhões.
A segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) atingiu 56,3% do total previsto até 2014, o que representa R$ 557,4 bilhões em ações de infraestrutura logística, social e urbana até abril deste ano. Segundo os dados do Ministério do Planejamento, divulgados ontem, as ações do programa, concluídas até abril de 2013, já chegam a 54,9% das previstas para concluir até o próximo ano.
O valor total das obras finalizadas atingiu R$ 388,7 bilhões. Esse resultado é 18,4% superior em relação ao último balanço, quando o volume de obras concluídas era de R$ 328,2 bilhões. Segundo a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, em quantidade de ações, 88% das obras estão concluídas ou em ritmo considerado adequado pelo governo; 9% estão em estágio de atenção; e 3% estão em nível preocupante. Em termos de valores, segundo o balanço, 94% das obras estão concluídas ou em ritmo adequado; 5% estão em estágio de atenção; e 1% em ritmo preocupante.
Ela afirmou ainda que a execução das obras de infraestrutura está concentrada no segundo semestre do ano. “Toda a Região Norte, por exemplo, não faz obras no primeiro semestre. É impossível por causa das chuvas muito fortes e do clima naquela região”, justificou, após ser questionada sobre a proporção de empenhos realizados até junho em relação ao total, que foi de um terço. “Isso não nos parece um problema. Está acelerando”, completou.
Ao ser questionada sobre a necessidade de mais investimentos em infraestrutura no Brasil, a ministra afirmou que o governo atual não deve responder por ações que não foram realizadas no passado “não podemos ser cobrados em 6 anos sobre o que não fizeram em 30”, disse.
O financiamento habitacional foi um dos principais receptores do montante das ações do PAC 2 ficando com R$ 178,8 bilhões do total. As empresas estatais executaram R$ 152,2 bilhões, o setor privado R$ 113,9 bilhões e programa Minha Casa, Minha Vida R$ 46,3 bilhões.
O valor pago com recursos do Orçamento Geral da União (OGU), em 2013, somou R$ 18,7 bilhões até 6 de junho, 19 % superior ao mesmo período de 2012. E os recursos empenhados cresceram de R$ 16,3 bilhões em 2012 para R$ 19,3 bilhões em 2013, no primeiro quadrimestre, um aumento de 18 %.
Na opinião do professor da Universidade Anhembi Morumbi, Marcello Gonella, o formato do programa é inadequado. Para ele, o PAC deveria focar mais em obras que realmente deem resultados econômicos para o País. “A gente precisa analisar do ponto de vista o impacto disso em termos econômicos, impacto na produção de bens de capitais que são obras de infraestrutura e logística, tem que tirar a parte de obra social e urbana”, disse.
Ele afirmou que este tipo de obra mais social é feita pelo governo de uma forma ou de outra, tanto no âmbito federal como estadual e Municipal e que o fato dela estar incluída no programa de crescimento acaba dando a ele um aspecto de propaganda eleitoral.
Expectativas
Durante a divulgação dos resultados a equipe técnica disse acreditar em uma “melhora limitada” no desempenho da economia mundial. A equipe citou dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) que projetam crescimento econômico global de 3,3% em 2013, ante 3,2% em 2012.
A equipe avaliou que os “números recentes do comércio mundial não são animadores”. A previsão se baseia em informações do CPB Netherlandes Bureau for Economic Policy Analysis. Segundo o órgão, o volume de comércio no primeiro trimestre de 2013 cresceu apenas 0,7% quando comparado com os três últimos meses do ano passado (com ajustes sazonais) e 1,6% ante ao mesmo trimestre de 2012.
Embora o desempenho da economia mundial tenha afetado a economia brasileira, os técnicos do PAC reafirmam que os fundamentos da política econômica no Brasil têm permitido ao País enfrentar a crise “sem maiores sobressaltos” e por isso, o programa continua sendo um componente central para o País seguir a trajetória de crescimento econômico sustentável.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland disse, durante a divulgação, que o Brasil tem a confiança dos investidores domésticos e globais.
Ele colocou que o Brasil registrou um dos maiores volumes de entrada de Investimento Estrangeiro Direto (IED), da ordem de US$ 65 bilhões anuais e destacou a demanda por títulos soberanos.
Fonte: CBIC