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Eventos como copa e olimpíada impulsionam construções de edifícios inteligentes

O Brasil só perde para Estados Unidos, China e Emirados Árabes Unidos quando o assunto é a certificação ambiental para edifícios Leed (sigla em inglês para Liderança em Energia e Design Ambiental). Criado nos EUA e presente em 143 países, o selo Leed é usado em construções que trazem tecnologias de construção que promovem economia de recursos, como água e energia elétrica, materiais de construção com reduzido impacto ambiental e sistemas de automação inteligentes.

Atualmente, há 81 empreendimentos certificados com o Leed no Brasil e outros G00 em fase de certificação. Entre eles, todos os 12 estádios-sede da Copa do Mundo de 2014 e mais duas arenas (Grêmio em Porto Alegre e Palmeiras, em São Paulo) estão sendo construídos com critérios de sustentabilidade. Na reforma do Maracanã, no Rio de Janeiro, por exemplo, parte do entulho gerado com as obras foi usado como componente do concreto utilizado para erguer o novo estádio. Também no Rio, as obras da Vila Olímpica e do Parque Olímpico contarão com o selo verde.

“Os números atuais refletem um trabalho iniciado em 2007, quando o selo Leed chegou ao Brasil. Mostram ainda que aumentou a oferta, no mercado, de produtos de construção sustentável, como tintas sem compostos voláteis e sistemas mais eficientes de iluminação”, diz Marcos Casado, diretor técnico e educacional do Green Building Council Brasil (GBC Brasil), entidade responsável por difundir o selo Leed no país e treinar engenheiros, arquitetos e construtores nos conceitos da argamassa sustentável. Os edifícios comerciais foram os primeiros a aderir ao conceito, de olho na redução das taxas condominiais. Depois vieram shopping centers e, mais recentemente, prédios públicos.

A movimentação do mercado nesse sentido tornou mais atrativa a opção por construir verde. Casado relembra que durante a construção de um cios primeiros empreendimentos com selo Leed no Brasil, uma agência do Banco Real (hoje Santander) em Cotia, na Grande São Paulo, havia pouquíssima oferta de produtos com apelo sustentável.

Mesmo assim, a agência reuniu todo o estado da arte da construção verde da época: estação própria de tratamento de efluentes, painéis de energia solar, tijolos reciclados, descargas econômicas.

O preço de construir com o padrão Leed também foi sendo reduzido ao longo dos últimos cinco anos. “Em 2007, a diferença de preço de um prédio com certificação Leed para uma construção convencional chegava a 30%. Hoje, pode custar entre 0,5% e 7% mais caro, mas é um investimento que se recupera em pouco tempo”, diz Casado. A redução de custos abriu as portas para o filão dos edifícios residenciais sustentáveis – atualmente há 18 em processo de certificação. No ano que vem, o GBC Brasil trará ao mercado brasileiro o selo Leed Home, voltado para residências, que está sendo testado em nove projetos pilotos. “Hoje, cerca de 2% do mercado imobiliário brasileiro está concebido numa visão de construção sustentável. Podemos chegar a 10% do mercado, o que já ocorre em países como EUA, Alemanha e Reino Unido.”

Fonte:Valos Econômico BR