Como aumento da renda do brasileiro nos últimos anos, as companhias de médio porte do setor de material de construção encontraram espaço para brigar por maiores fatias de mercado. Com planos agressivos para continuar crescendo, estas empresas tem conseguido, com sucesso, confirmar suas projeções.
“As pequenas e médias são muito agressivas no nosso setor e a alta do poder aquisitivo do brasileiro contribuiu para o aumento da demanda”, afirmou ao DCI o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover. Ele explica que esse é realmente um bom momento para estas companhias, uma vez que grande parte delas se dedica à produção de materiais de acabamento – revestimentos, metais e louças sanitários, entre outros -, que tem registrado maiores índices de crescimento do que os produtos de base (como cimento, por exemplo).
Segundo Cover, no ano passado, o mercado de produtos para acabamento cresceu 3,8% em relação a 2011, enquanto o de base registrou crescimento de apenas 0,1%. “O varejo, que compreende a reformas das famílias, cresceu fortemente em 2012 por causa de aumento de renda, estabilidade do emprego e disponibilidade de crédito. Já o segmento de materiais para infraestrutura teve queda de 10%”, diz Cover.
Como a expansão imobiliária ocorrida há cerca de dois anos ainda impada as vendas de ma terial de acabamento, que entram na fase final das obras os fabricantes ainda devem registrar bons resultados nos próximos meses, afirma Cover. No entanto, a partir do segundo semestre, as obras de infraestrutura devem impulsionar a venda de materiais de base. “As obras prometidas principalmente pelo governo devem sair do papel. A relação entre as vendas de materiais de base e de acabamento deve se estabilizar”, diz Cover.
O bom momento vivido pelas fabricantes de materiais de acabamento é uma realidade para o Grupo Astra, que mantém um amplo portfólio de produtos que vão de linha hidráulica até os mais sofisticados, como banheiras de hidromassagem. A companhia está no limiar entre ser considerada média ou grande, já que em 2011 o seu faturamento atingiu R$ 500 milhões e, no ano seguinte, essa cifra subiu para cerca de R$ 550 milhões.
“O foco dos nossos produtos são os mercados imobiliário e de reformas”, afirma o diretor do Grupo Astra, Manoel Mores. O executivo afirma que, apesar de 2012 não ter sido um ano bom para a indústria, em razão da grande entrada de importados no País, a companhia cresceu bastante no período e a meta é registrar um incremento de até 15% neste ano. “Somos sempre otimistas”, afirma Mores.
Considerada uma das líderes na fabricação de assentos sanitários, o grupo possui dois selos, Astra (com nove unidades fabris) e Japi (com 2 plantas). E para atender ao aumento constante da demanda, a companhia ampliou recentemente em 10% a sua capacidade de produção. “Estamos incrementando a nossa linha de utilidades domésticas e temos uma proposta agressiva de cores. Temos grandes planos para crescer cada vez. mais”, diz. Mores. O aporte previsto para 2013 é em torno de R$ 12 milhões.
O executivo afirma que se a meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de 4%, se confirmar para 2013, o grupo Astra deve crescer quatro vezes o PIB. “No ano passado, a economia teve uma forte retração. Porém, qualquer um dos aportes em infraestrutura deverá refletir na compra de material de construção”, avalia Mores.
Mercado aquecido
A Lwart Química, empresa de capital 100% brasileiro, também enxerga boas perspectivas para o futuro. Fabricante de produtos de impermeabilização usados desde o alicerce até a fase de acabamento, a companhia possui uma planta em Lençóis Paulistas (SP) e um centro de distribuição em Jandira (SP). “Nosso foco não é atacar os home centers indiscriminadamente. Atendemos alguns muito bem”, afirma diretor da Lwart, Ernesto Monte Neto.
Cerca de 8% do faturamento da companhia vai para o varejo e o restante para construtoras. “Percebemos que o mercado de impermeabilizantes estava muito focado no varejo e apostamos nas construtoras”, diz. Neto. A empresa tem crescido a uma média de 19% ao ano. “Fm 2013, algumas obras importantes devem se concretizar, principalmente na área de hotelaria”, diz o executivo.
Nos últimos cinco anos a Lwart investiu R$ 10 milhões em aumento de capacidade e, hoje, opera a cerca de 80% do total, “Estamos abertos ao crescimento, orgânico ou não”, ressalta o diretor da companhia.
Fonte: CBIC