Funções que antes dependiam de helicópteros ou aviões podem ser desempenhadas mais facilmente com o uso de veículos aéreos não tripulados (vants – na sigla em português) ou drones (do inglês, zangão). Esses robôs voadores utilizados inicialmente pelo exército estão cada vez mais comuns em atividades comerciais e industriais, chegando à construção civil.
O equipamento, que vem do aeromodelismo, permite imagens em diversos ângulos de empreendimentos em andamento. Segundo um dos sócios da Drone Images, empresa de São Paulo, Ricardo Gonçalves da Fonseca, a maioria dos clientes contrata os serviços para levantamento de área, para base cartográfica e definição de projetos. “As imagens obtidas ajudam a estabelecer qual o projeto ideal para a área que se tem definida”, diz. Os drones ainda podem ser utilizados na construção civil para acompanhamento da obra, inclusive munir as construtoras de imagens e ajudá-las a argumentar na hora da venda. Ou seja, o cliente interessado em um imóvel pode ver detalhes que não seriam possíveis sem ou auxílio de imagens aéreas.
Fonseca explica que essas aeronaves também são utilizadas na manutenção de construção pesada como hidrelétricas e pontes. “A partir das imagens é possível identificar o tempo de vida de uma coluna e seu estado”, exemplifica. Além disso, auxiliam a supervisionar a situação de equipamentos como antenas, tubulações e rede elétrica.
Entre as vantagens oferecidas pelo uso dos vants estão eficiência, alcance e mais segurança. “Trata-se de um voo inteligente que utiliza GPS. Se o equipamento apresenta algum problema, ele volta para o ponto de origem sozinho”, explica Fonseca.
Outra vantagem é a redução de custos, primeiro porque o acompanhamento da obra de vários ângulos pode ajudar a otimizar recursos utilizados na construção. Depois, porque uma imagem aérea comum depende do aluguel de uma aeronave, de horário marcado com piloto e tem custo mais elevado que o serviço feito por meio dos drones.
O preço do serviço depende da qualidade da imagem e dificuldade de acesso, além do período. Segundo Fonseca, podem ser utilizados desde os menores, de dois quilos, para ambientes fechados, e os maiores, de 15 quilos. “Os maiores têm câmera profissional, com mais recursos de imagem. E os menores contam com câmera de aventura, que, apesar de não oferecer tantos recursos, têm qualidade de imagem igual ou superior à da câmera profissional”, diz. A resolução chega a 4k (ultra HD). Há a possibilidade de entrega do filme já editado ou do material bruto. As produtoras, que também contratam serviços de empresas que operam drones, costumam optar pelo conteúdo capturado na íntegra.
Regulamentação
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pretende permitir voos de drones de até 25 quilos em lugares públicos a até 120 metros de altitude com regras facilitadas – a regulamentação deve passar a vigorar até o final de 2014. Pela proposta, há regras como manter a distância mínima de 5 km de aeroportos, além da divisão por categoria.
A obtenção da autorização depende, hoje, do cumprimento de uma série de exigências e entrega de documentos à Anac.
Serviços
A captura de imagens por meio de drones custa em média o equivalente a 20% do valor, se as imagens aéreas fossem feitas de uma aeronave do tipo comum.
Fonte: odiario.com