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Brasil abre 105.384 vagas em abril, pior resultado em 15 anos para o período

O Brasil abriu 105.384 vagas formais de trabalho em abril, pior resultado para esse período desde 1999 e aquém do esperado, com destaque para o forte encolhimento nas admissões na indústria e na construção civil.

O número representa queda de 46,5 por cento sobre abril do ano passado, quando os postos abertos somaram 196.913 sem ajustes, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quarta-feira.

Pesquisa da Reuters feita com analistas mostrou que a mediana das expectativas era de abertura de 160 mil vagas em abril. No acumulado do ano até o mês passado, foram criados 458.145 empregos, com ajustes, abaixo dos 549.064 vagas em igual período de 2013.

Em março, haviam sido criados 13.117 mil postos com carteira assinada, sem ajustes.

Segundo o Caged, quase todos os segmentos mostraram piora nas contratações. A indústria da transformação, que em abril do ano passado contratou 40,6 mil trabalhadores sem ajustes, registrou no mês passado demissão líquida de 3,4 mil trabalhadores.

A construção civil, que em abril do ano passado admitiu quase 33 mil operários, também sem ajustes, reduziu as contratações para 4,3 mil pessoas em abril deste ano.

“2014 é um ano atípico, o Carnaval ocorreu em março e sabemos que o país só começa depois do Carnaval”, afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias, para explicar o pior resultado em abril.

Segundo ele, os dados de maio devem vir melhores por conta das contratações geradas pela Copa do Mundo. “Não vamos viver o pleno emprego com o crescimento espetacular das contratações que tivemos em anos anteriores”, acrescentou.

Para o ano, o Ministério do Trabalho mantém a previsão de abertura líquida de 1,5 milhão de vagas no mercado formal.

Em meio a uma série de indicadores econômicos ruins, como a economia fraca e a inflação alta, o mercado de trabalho se mantém como um dos esteios do governo da presidente Dilma Rousseff, com taxa de desemprego baixa e renda em alta.

(Reportagem de Luciana Otoni – Thonsom Reuters)